segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

RELATÓRIO/ ITABAIANA/SE

RELATÓRIO DA AULA PRÁTICA REALIZADA NA CIDADE DE ITABAIANA/SE

Alunos graduandos em gegrafia licenciatura - UFS: Adeilton dos Santos

Antonio Carlos de Oliveira Santos
Emanuel Pinto Lessa
Eugenio Santos Bezerra
Hewton Cirilo Teles
Jose Alberto de Moura
Marcio Sousa Silva Dantas.

PANORAMA HISTÓRICO

Datam do início do século XVII as primeiras notícias de terras doadas a sete lavradores para colonizarem as ”caatingas de Ayres da Rocha” nas circunvizinhas do Rio Sergipe onde hoje está o município de Itabaiana.

“Em 1637, Itabaiana desempenhava importante papel como Celeiro de Sergipe”. As terras onde hoje se localiza a sede do município consistiam em um sítio de propriedade do Padre Sebastião Pedroso Góes. Esse sítio foi vendido à Irmandade das Almas de Itabaiana; onde a ordem era povoar a região.

Desde o início do século XIX já era visível o desenvolvimento do município de Itabaiana, que se destacava como um dos mais populoso e maior exportador de algodão da Província. Quando então “a resolução número 1331, de 28 de agosto de 1888, elevou a vila de Santo Antônio e Almas de Itabaiana à categoria de Cidade”.

PANORAMA GEOGRÁFICO E POLÍTICO

A vila de Santo Antônio e Almas de Itabaiana é uma das mais antigas do Estado. Foi criada na segunda metade do século XVII. Distante 56 km da capital, abrange uma área de 337 km2, e está localizada na microrregião agreste de Itabaiana. Tem como municípios limítrofes: Malhador, Frei Paulo, Campo do Brito, Macambira, Ribeirópolis, Moita Bonita e Areia Branca. A hidrografia é formada pela bacia do rio Sergipe, rio das pedras, rio jacarecica, riacho da ribeira e riacho coqueiro. O solo é do tipo podsol podzólico vermelho amarelo equivalente eutrófico, solo litólico eutrófico ditrófico. Tem como área de preservação o parque nacional da serra de Itabaiana.

A população de Itabaiana, conforme o censo de 2007 é de 83.161 habitantes, que se distribui na atividade agrícola, industrial, comercial e artesanal. Quanto à política, o executivo está constituído pelo prefeito Luciano Bispo de Lima (PMDB), eleito para o mandato 2009 – 2012. Ele e seus assessores despacham na prefeitura, que se localiza na Praça Fausto Cardoso; já o Poder Legislativo é composto por dez vereadores, onde todos despacham na câmara municipal, localizada também na Praça Fausto Cardoso. O poder judiciário esta representado pelos juízes Dr. Alberto Romeu Golveia Leite, que responde pela 1ª Vara Cível, e Dr. Maria Angélica Leite Pinheiro, pela Vara Criminal. O eleitorado do município corresponde segundo o TER 59.020 eleitores.

PANORAMA ECONÔMICO

Em Itabaiana o setor primário da economia registra os seguintes produtos agrícolas: a mandioca em primeiro lugar, a batata-doce, batata inglesa, feijão em grão, tomate, amendoim e hortaliças. Já na criação estão centrada os rebanhos bovinos, ovinos, suínos e galináceos.

O desenvolvimento industrial tem contribuído significativamente para o progresso local e diversificação da produção. As atividades produtivas do município são: fábrica de café Novo Horizonte, fundada em 1974, indústria Novo Horizonte, indústria Nova Aurora, Ugapal, fabrica de vinagre Reunidas Fontes, fábrica Nordeste Mármore e Granito, fábrica de Carroceria além de outras micro-empresas.

O comércio de Itabaiana já foi notícia em revistas de circulação nacional, no que diz respeito à venda de jóias de ouro e de prata, com preços mais baixo que os concorrentes da capital. Além dos tentadores mostruários das joalherias, existem no município, quinze supermercados, cinco armazém, boutiques, perfumarias e lojas de autopeças. Além desse comércio, a feira de Itabaiana acontece aos sábados e quarta- feira o que constitui lugar de ponto de encontros tradicionais do Agreste.

“As relações com o lugar são determinadas no cotidiano, para além do convencional. O espaço é o lugar do encontro e o produto do próprio encontro; a cidade ganha teatralidade e não existe dissociada da gente que lhe dá conteúdo e determina sua natureza”. (FANI, 2001 pág.73)


Os Itabaianense se orgulham da sua grande feira situada nas mesmas localidades onde funciona o comércio, havendo uma coexistência pacífica entre duas atividades. Alguns feirantes compram seus produtos aos comerciantes das lojas ali existentes por preços mais acessíveis.

As barracas são armadas em frente aos estabelecimentos comerciais e se distribuem por toda a parte da área ocupada pela feira livre, havendo também dois públicos: os denominados “mercado de carne verde” em que se vende exclusivamente a carne bovina, e o outro o “mercado municipal”, em que se vendem além da carne bovina, a suína e a caprina com seus derivados. Também é encontrada na feira uma grande quantidade de barracas de calçados e confecções.

O espaço ocupado pela feira livre compreende também as barracas que vendem produtos agropecuários, hortifrutigranjeiros, artesanato popular e bens da indústria moderna; como também as  de comidas preparadas na hora, principalmente o sarapatel, que alimenta tanto os feirantes como muitos usuários de diversas regiões.

Em Itabaiana há uma vocação natural da população para o negócio, essa tendência passada de pai para filho. Onde vale registrar que uma das maiores venda do município é oriundo dos fretes de caminhões; que no calendário de eventos de Itabaiana no dia 10 de junho junto com a festividade do Santo Antônio acontece a festa do caminhoneiro; onde é realizada uma procissão com desfile de centenas de caminhões que percorrem as ruas da cidade, sobre jogos, buzinas e músicas.

O espaço urbano capitalista – fragmentado, articulado, reflexo, condicionante social, cheio de símbolos e campo de lutas – é um produto social, resultado de ações acumuladas através do tempo, e engendradas por agentes que produzem e consomem espaço. (CORRÊA, 1981. pág.7).

PANORAMA TURÍSTICO E SERVIÇOS

Itabaiana tem como destaque o Parque Nacional da Serra de Itabaiana, um dos mais famosos pontos turísticos do Estado. Há também a Serra do Cajueiro, com 300 metros de altitude, a ribeira e o rio das pedras que formam juntamente um belo panorama. O parque dos falcões conforme autorização do IBAMA atrai muitos turistas e pesquisadores de outros Estados, e contribui para a divulgação do parque em dimensão nacional.

PANORAMA DE ENTREVISTAS

Os habitantes da cidade de Itabaiana são marcados com seus traços culturais, que segue tradicionalmente as heranças familiares do comércio em feira livre altamente diversificado. O empreendedorismo alcança circulação e distribuição de produtos locais da agricultura com maior ênfase na produção de hortaliças e da pecuária, que ao longo da história do município, vem superando, surpreendendo a reprodução nas demais regiões, de um padrão de sociedade típico das relações capitalistas, pelo seu dinamismo e articulação com setores do comércio e mercados externo aos limites municipais.

A cidade se produz de modo a permitir a articulação entre processos de produção – distribuição – troca, consumo e a gestão. A sociedade urbana contém o virtual, isto é, o cotidiano está no centro do acontecer histórico: contém a vida cotidiana a vida do indivíduo, o ser particular e o genérico. O homem participa e produz a vida em todos os seus aspectos, nela também colocam em funcionamento seus sentidos e sua capacidade intelectual. (FANI, 2001 pág. 70 e 74).

Além do seu comércio intenso os Itabaianenses são grandes consumidores de produtos e serviços das indústrias automobilísticas, um exemplo claro é o grande número de motocicletas, caminhões e carretas que circulam diariamente nas ruas da cidade para abastecer e transportar mercadorias para outras regiões.

Percebemos que são bastante otimistas em detrimento de outros problemas sociais que é comum em cidades em crescimento. As nossas interrogações acerca de como o cidadão de Itabaiana viam os processos urbanos (expansão imobiliária, saneamento básico, sistema de transporte público, segurança, questões ambientais, sistema de saúde). Comprovam um considerável nível de conscientização das demandas cotidianas que afeta não só a estrutura da cidade (lixo, ocupação irregular, por exemplo), como também com maiores agravos a população.

As respostas foram pertinentes ao questionário em anexo, que aplicamos para alguns cidadãos Itabaianense. O objetivo foi entender, até que ponto o indivíduo percebe a curto ou longo prazo as mudanças específicas da sua cidade.

Sobre infra - estrutura e serviços foram classificados com bom e regulares tais estruturas, com destaque parte central da cidade, com ressalvas para a periferia que sofre a exclusão quase ou totalmente desses benefícios. Já o crescimento da cidade, abordando o crescimento urbano e econômico, ressalta-se o comércio como a base de todo processo em que vive a cidade, e valorizam a cultura, as tradições e o empenho dos cidadãos em trabalhar e expandir para outras regiões os seus negócios.

 Foi defendido por alguns, apesar de ser uma atração comercial (onde é freqüente a entrada de pessoas de outros locais), em Itabaiana nasce um número considerável de crianças e acredita alguns que a maior parte da população tem naturalidade de Itabaiana.

A produção da cidade está veiculada também a fatores históricos que constitui base de estudo para melhorar os aspectos estruturais, funcionais, da forma e processo que caracteriza uma organização espacial da cidade. Segundo Milton Santos (1985), para compreender a organização espacial e sua evolução..., torna-se necessário interpretar a relação dialética entre estrutura, processo, função e forma....estes tomados individualmente, representam apenas realidades parciais, limitadas do mundo. Consideradas em conjunto, porém, e relacionadas entre si, eles constroem uma base teórica e metodologicamente a partir da qual podemos discutir os fenômenos espaciais em totalidade. (Milton Santos, 1985, p.52).

A expansão da cidade sem o planejamento urbano desencadeia a desestruturação do espaço construído, ao longo do tempo, ocasionam sérios problemas de ordem social e econômica. Verificamos empiricamente que o município de Itabaiana não foi planejado com perspectivas futuras do desenvolvimento das relações comerciais, algumas ruas centrais não dão suporte ao tráfego concomitante de automóveis e caminhões, a feira livre pouco distante da Praça Fausto Cardoso, proporciona uma forte circulação de pedestre na própria via, por falta de adequação dos passeios (calçadas) que são de metragem curtas, quando não; árvores e protetores de incidência de sol e chuvas são colocados nas portas dos estabelecimentos, impedindo uma maior visibilidade dos pedestres.

O dinamismo de uma cidade urbanizada é caracterizado pela múltipla divisão e função do trabalho.  As divisões das atividades de serviços, indústrias, vendas e compras em um espaço específico com inter-relações comerciais favorecem a manutenção de tal “espaço” construído, ao passo que, a sua reprodução se dá pelas condições instrumentais (capital e mão-de-obra), e do agente regulamentador: o Estado.

A cidade é particularmente, o lugar onde se reúnem as melhores condições para o desenvolvimento do capitalismo. E por isso ocupa o papel de comando na divisão social do trabalho. (SPÓSITO, 2001. Pág. 64)

A cidade como estrutura socialmente construída (não descartando o poder dos agentes que regulam, produzem, modificam e reproduzem os espaços), se torna o ambiente mais desejado pelos indivíduos em busca de “melhores” condições econômicas e perspectivas de sobrevivência.

Com a necessidade de espaços urbanos, e este em escassez (quando ocorre o esgotamento de lotes de uma cidade); o modo capitalista (acumulação de riquezas) atribui um valor monetário que segrega uma minoria em espaços privilegiados, enquanto a grande “massa” popular são excluídos dos benefícios em essências de uma urbanização (o direito a cidade).

É preciso considerar, entretanto que, a cada transformação do espaço urbano, este se mantém simultaneamente fragmentado e articulado, reflexo e condicionante social, ainda que as formas espaciais e suas funções tenham mudado. (CORRÊA, 1981. Pág. 7)

O “centro” das cidades sempre teve o maior valor econômico, em resposta ao agregado de estruturas de saneamento básico, ofertas de bens e serviços, circulação e consumo, oferta e produto. Um cidadão entrevistado chegou a afirmar que um pequeno espaço construído próxima a Praça Fausto Cardoso custaria meio milhão de reais; o que deixa claro que além das relações, afetivas ao lugar, culturais ou econômicas, a especulação imobiliária, é um elemento inerente a produção da cidade.

Com os conteúdos estudados sobre o espaço urbano, dentro da perspectiva geográfica, ressaltamos a importância do planejamento como forma ou instrumento eficiente na elaboração, estruturação e modificação dos espaços.


[...] uma forma de organização do espaço pelo homem, a cidade pode ser considerada, de acordo com Harvey, como a expressão concreta de processos sociais na forma de um ambiente físico construído sobre o espaço geográfico. Expressão de processos sociais, a cidade reflete as características da sociedade. (CORRÊA, 2001, p.121).

Acreditamos nas possibilidades de melhorias organizacionais espaciais desde que, haja a inserção de profissionais qualificados nos planos que rege a cidade, com ampla conceituação teórica, que estabeleça níveis de relações interdisciplinares com as demais ciências, afim de, propor não apenas uma cidade capaz de reproduzir o capital, mas, reduzir a problemática social das enormes desigualdades, e tenha uma participação maior dos cidadãos que interage com as estruturas, formas, processos e funções de uma cidade.



REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

CARLOS, Ana Fani A. A cidade.  6 ed.  São Paulo:  Contexto,  2001.   (Repensando a Geografia).
UNIVERSIDADE TIRADENTES, Sergipe/panorâmico. Org. de Jouberto Uchôa Mendonça e Maria Lúcia Marques Cruz e Silva. 2 ed. Aracaju: Unit. 2009.
CORRÊA, Roberto Lobato. O Espaço Urbano. Ática, São Paulo, 1981.
____. Trajetórias Geográficas. Bertrand Brasil. 2ª Edição. Rio de Janeiro, 2001.
SPÓSITO, Maria Encarnação Beltrão. Capitalismo e Urbanização/ Maria Encarnação Beltrão Spósito. 11 ed. – São Paulo: Contexto, 2001





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