segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

O emprego e o trabalho no mundo moderno

As inovações tecnolóicas no mundo do trabalho
 Adeilton dos Santos - Graduando em Georafia licenciatura- UFS



1 – INTRODUÇÃO
 
O objetivo deste artigo é verificar a diferença entre emprego e trabalho no mundo moderno e suas relações entre o campo e a cidade; tendo como principal instrumento as inovações tecnológicas e as influencias na vida do trabalhador. 

 Sabemos que o mundo está mudando, se transformando, evoluindo e a tal globalização da economia está estimulando a livre concorrência e impondo novas regras ao mercado. O desenvolvimento tecnológico impulsiona a todo instante uma reordenação dos valores e prioridades na sociedade, interferindo e modificando radicalmente as antigas relações de trabalho. 
 
A nova realidade que se apresenta, cria um novo conceito de emprego para os próximos anos: a empregabilidade, que podemos definir como um conjunto de conhecimentos e possibilidades que tornam o profissional necessário não apenas para uma, mas para toda e qualquer organização. Os trabalhadores no Brasil desenvolvem hoje estratégias pessoais para aumentar a sua empregabilidade, tendo em vista o cenário de economia globalizada.

 
O presente estudo fundamenta-se na possibilidade de justificar as formas de relação de emprego ocorridas no campo e na cidade, de modo que, o trabalho se apresenta como um fato culturalmente construído e dinamizado pela sociedade.

 
Destacamos um dos suportes teóricos para essa discussão, Jeremy Rifkin (1995 Pág. 05) ao analisar dentro de um universo empregatício: “a inserção de máquinas inteligentes promete substituir a própria mente humana”. Este fato é visível no próprio processo de produção de mercadorias nas indústrias, onde um “simples” apertar de botões desencadeiam a criação de produtos totalmente projetados e modelados pelos detentores de capitais.



2 – TENDÊNCIAS DO EMPREGO
 
A tecnologia que tanto facilita e melhora nossas vidas, mas que em contrapartida nos impõe a necessidade de rápida adequação, caracterizando uma sociedade dependente dos seus objetos, a ponto de em alguns casos alienarem as próprias mentalidades. 

 
Computadores sofisticados, robótica, telecomunicações e outras tecnologias da Era da Informação estão rapidamente substituindo os seres humanos em praticamente todos os setores dos mercados. Embora o crescimento do "setor do conhecimento" e novos mercados exteriores devam gerar uma nova quantidade de empregos, ela será muito reduzida para absorver as imensas “massas” de trabalhadores dispensados pelas inovações tecnológicas inseridas nas empresas, o que segundo Rifkin geraria uma substituição do homem pela máquina. Um exemplo desse processo são as redes bancárias, com grande volume de máquinas, equipamentos e software.

Ansiosas por reduzir os custos e melhorar suas margens de lucros, as empresas têm substituído o trabalho humano por máquinas a um ritmo acelerado, ou seja, levando a economia global rapidamente para a era da fábrica sem trabalhadores. (Rifkin, 1995. pág.6).

Para Rifkin (1995) a economia global de alta tecnologia está se movendo para além do operário. Enquanto as elites empresariais, profissionais e técnicas forem necessárias para administrar a economia formal do futuro, cada vez menos trabalhadores serão necessários para ajudar na produção de bens e serviços. 

 
Nesta perspectiva o novo perfil do trabalhador dos setores dinâmicos da economia exigirá uma “atualização” dos saberes tecnológicos, e por mais que busquem condicionar-se a técnica (tecnicista), não isenta o mesmo de sofrer possíveis arbitrariedades do modelo de gestão econômica na Era moderna. 

 
Há uma tendência dos cidadãos optarem pelos setores públicos na busca de estabilidade empregatícia e seguridade social; porém nunca acomodará os inúmeros candidatos a tais empregos. É notória a disputa por uma vaga nesses setores, quando se abre concursos para provimento de funcionários onde o número de vagas geralmente é ínfimo em detrimento do número de concorrentes, dispostos a enfrentarem a escassa oportunidade de se tornar um (a) servidor (a) público (a).
 

3 – O CAMPO
 
A inovação tecnológica agrícolas vem transformando a paisagem do meio rural e alterando em larga escala as relações de produção, bem como a sua especificidade de produzir alimentos para a população. 

 
Um tema bastante discutido em Geografia são as diferentes formas de trabalho que existem no campo. Tais trabalhos que ocorrem nesse setor produtivo são basicamente cinco: mão de obra familiar, posseiros, parceria, arrendatários e trabalhadores assalariados temporários. 

 
A mecanização intensa, pelo uso de tratores e máquinas nas diversas fases da produção agrícola, diminui o número de postos de trabalho. Certa inovação não se enquadra nesse tipo como, por exemplo, a drenagem e a irrigação. Porém, esta potencializa outras inovações e pode resultar tanto em maior produção por área (o que gera emprego), quanto diminuir os postos de trabalho pela maior eficiência.
Além das formas citadas acima, existem trabalhadores rurais que não possuem terras, mas que realizam plantios e desenvolvem a pecuária em propriedades de terceiros. Esse tipo de empréstimo pode acontecer de duas formas: parceria e arrendamento. 

 
A parceria se realiza quando o dono da terra cede um “pedaço de chão” ao trabalhador rural, além de disponibilizar os elementos principais para o plantio, como sementes, adubos e etc. Dando-se o pagamento por meio de dinheiro ou parte da produção. Os arrendatários são trabalhadores rurais que alugam terras de terceiros por um determinado tempo, para que possam desenvolver o cultivo ou a criação de animais (aves, bovinos, equinos, suínos, entre outros), nesse caso, o pagamento pode suceder por meio de dinheiro ou produção.

 
É importante falar também que existem trabalhadores assalariados temporários, que executam tarefas específicas, como preparar o solo, plantar, adubar ou colher. Geralmente, esse tipo de trabalho é pago no final do dia. O rápido processo de implementação de novas tecnologias na agricultura, tem alterado o perfil do trabalhador ligado a terra, que antes de se tornar “vítima” das inovações tecnológicas no campo, o modelo econômico estabelecem valores em toda cadeia produtiva, valores estes que exclui os ditos não inseridos ou adaptáveis as novas regras.

Sabe-se que, no universo da sociabilidade produtora de mercadorias, cuja finalidade básica é a criação de valores de troca, o valor de uso das coisas é minimizado, reduzido e subsumido ao seu valor de troca. Mantém-se somente enquanto condição necessária para a integralização do processo de valorização do capital, do sistema produtor de mercadorias. (ANTUNES, Págs. 83,84).
 

4 - A CIDADE
 
Na cidade a empregabilidade passa por vários processos de adequações, que vai desde a formação básica e técnica até a científica aprimorada. O indivíduo só é “reconhecido” e apto a oferecer sua força de trabalho em troca de um salário, quando este se propõe a cumprir as regras estabelecidas no modelo produtivo, ou seja, trabalhar e apenas trabalhar sem saber o volume de capital que seu esforço produz. O trabalhador dentro do processo produtivo se apresenta como uma mercadoria que produzem muitas outras; é a fórmula “mágica” no resultado da mais – valia onde o ser humano não passa de uma “máquina” de mercadorias e estas de dinheiro.

Para atender às exigências mais individualizadas de mercado, no melhor tempo e com melhor "qualidade", é preciso que a produção se sustente num processo produtivo flexível, que permita a um operário operar com várias máquinas (em média cinco máquinas, na Toyota), rompendo-se com a relação um homem/uma máquina que fundamenta o fordismo. E a chamada "polivalência" do trabalhador japonês, que mais do que expressão e exemplo de uma maior qualificação, estampa a capacidade do trabalhador em operar com várias máquinas, combinando "várias tarefas simples". (ANTUNES. Pág. 34).

É importante enfatizar que globalização é um processo que está estritamente ligado ao desenvolvimento tecnológico, por isso, para um trabalhador se adequar a essa nova realidade ele deve qualificar sua mão de obra, desenvolvendo habilidades e competências, de modo a atender aos novos requisitos técnicos / econômicos e a aumentar a empregabilidade. Isso acontece pelo fato de que todos os trabalhos manuais, mecânicos e repetitivos tendem a ser substituídos por máquinas.

...É somente agora que a humanidade está podendo contar com essa nova realidade técnica, providenciada pelo que se está chamando de técnica informacional. Chegamos a um outro século e o homem, por meio dos avanços da ciência, produz um sistema de técnicas da informação. Estas passam a exercer um papel de elo entre as demais, unindo-as e assegurando a presença planetária desse novo sistema técnico. (SANTOS, 2000. Pág. 142)

A competitividade é uma das características exigente do novo perfil do trabalhador das cidades. As buscas pela produtividade e pela qualidade das mercadorias requerem uma maior “agressividade” no mercado de consumo, que ao longo das relações de trabalho entre patrão e empregado o interessante é não “escravizar” o funcionário, mas manipulá-lo ideologicamente com as próprias ferramentas ditas como proteção do trabalhador (carteira de trabalho, leis trabalhistas). À medida que o capital vai superando a essência da sobrevivência humana, e a sua atuação se torne incontestável, o indivíduo deixa de “existir” enquanto indivíduo e a sua função no trabalho sofre uma artificialização mecânica. 

 
Para Milton (2000. p. 47), a competitividade é ausência de compaixão. Tem a guerra como norma, e privilegia sempre os mais fortes em detrimento dos mais fracos. Busca fôlego na economia e despreza os que pensam mais para além. "Para tudo isso, também contribuiu a perda da influência da filosofia na formulação das ciências sociais, cuja interdisciplinaridade acaba por buscar inspiração na economia.
 

5 – CONCLUSÃO
 
Dentro de uma perspectiva da geografia a nova forma de emprego na atualidade , requer uma análise sistemática dos tipos de atividades e suas respectivas produções. O novo perfil do trabalhador dos setores dinâmicos da economia exigirá sempre uma “atualização” dos saberes tecnológicos, e por mais que busquem condicionar-se a técnica (tecnicista), não isenta o mesmo de sofrer possíveis arbitrariedades do modelo de gestão econômica. 

 
Já o do setor primário depende muito da manutenção dos seus modelos econômicos, que diferencia em essência do modo de lucro capitalista. Percebe-se que no cotidiano esse processo é notado por poucos que utilizam um olhar crítica dessa realidade. O trabalhador dentro do processo produtivo se apresenta como uma mercadoria que produzem muitas outras; é a fórmula “mágica” no resultado da mais – valia onde o ser humano não passa de uma “máquina” de mercadorias e estas de dinheiro.



6 - REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

RIFKIN, Jeremy. O fim dos empregos: o declínio inevitável dos níveis dos empregos e a redução da força global de trabalho/Jeremy Rifkin; tradução Ruth Gabriela Bahr; revisão técnica Luiz Carlos Merege. – São Paulo: Makron Books, 1995.

 
SANTOS, Milton. Por uma outra globalização - do pensamento único à consciência universal. São Paulo: Editora Record, 2000.

 
ANTUNES, Ricardo. Adeus ao Trabalho. São Paulo, 1995.

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